Para Eduardo Jorge, Bolsonaro é hoje um fator de alto risco para o País

Por Marco Sobreiro

“O presidente é hoje um fator de alto risco. Precisa ser removido já. O Brasil precisa de um esforço coordenado de união nacional”. Com esta frase, o médico sanitarista e membro da Executiva Nacional do PV Eduardo Jorge resume sua opinião sobre o presidente Jair Bolsonaro diante do atual momento do Brasil, marcado pela pandemia do novo Coronavírus e por uma grave crise econômica com reflexos diretos sobre a população mais pobre.

Com ampla experiência a área médica, principalmente nos conselhos populares de saúde, Eduardo Jorge tem utilizado as redes sociais para se manifestar sobre as ações necessárias no combate à pandemia do Coronavírus. Ex-deputado federal, ele defende a realização de mais testes, como forma de detectar precocemente os afetados, garantindo isolamento, orientação e apoio, investigando o entorno dos pacientes com mais testes.

“Como o teste mais amplo não pode conflitar com o maior isolamento social possível, poderíamos priorizar a busca ativa nos segmentos do povo que continuam tendo que trabalhar fora de casa e nos bairros mais pobres onde o isolamento é, por questões óbvias, mais difícil de ser praticado”, afirma, em publicação em sua conta do Facebook.

Eduardo Jorge também aborda a importância do “seguro solidário”, levando em conta o fato do Brasil ser o país que possui o maior número de trabalhadores chamados domésticos, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT/ONU). São 7 milhões, o que significa uma média 3 pessoas para cada 100 habitantes. E apenas 1,5 milhão têm carteira assinada.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), a maior concentração de trabalhadores domésticos coincide com os piores coeficientes de desigualdade. É uma população predominantemente feminina que inclui faxineiras, cozinheiras, lavadeiras, babás, copeiras, jardineiros, etc. Portanto, é uma questão a ser tratada nas reformas que precisam ser feitas para que o Brasil seja país mais equilibrado, justo e sustentável.

“Isso não é coisa que se consiga hoje ou amanhã. E o hoje e o amanhã no Brasil e no mundo é a pandemia COVID-19. Assim quero apelar para uma atitude solidária que vai ajudar a população mais pobre a suportar os próximos 3 ou 4 meses de pico da epidemia e ao mesmo tempo ajudar a combatê-la”, observa Jorge, que em 2014 foi o candidato do PV à Presidência da República.

A sugestão de Eduardo Jorge é que estes trabalhadores sejam dispensados para ficar em suas casas e que seus salários, é claro, sejam pagos normalmente por seus empregadores. Tanto para os que têm carteiras assinadas como os informais. Sem esquecer diaristas que trabalham um ou dois dias por semana. “Isto garante o necessário isolamento social e a sustentação econômica de uma grande parcela da população brasileira mais pobre. Cumpre uma das mais importantes orientações das autoridades sanitárias para atravessarmos este período difícil até agosto de 2020. Quando voltarmos deste enfrentamento ao COVID-19, poderemos nos reencontrar com um sabor diferente.

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