Por Marco Sobreiro
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A dirigente estadual e nacional do PV, Vera Motta, faz uma reflexão interessante sobre o momento atual, marcado pela pandemia do Coronavírus. Com base na obra “O Contrato Natural”, do filósofo francês Michel Serres, ela propõe uma reconciliação do ser humano com a natureza. A crise sanitária que paralisou o mundo vem fazendo as pessoas se questionarem sobre hábitos de consumo, relacionamentos afetivos e a necessidade de mais respeito à natureza. São valores essenciais que sempre nortearam o PV, desde a sua fundação, da qual Vera Motta fez parte com orgulho.
“Em meio a esta pandemia, surgem vários questionamentos: como estão os nossos padrões de consumo? Eles são mesmo necessários? Como vão os nossos relacionamentos familiares?”, indaga Vera. Nesse sentido, o respeito à natureza é um caminho de volta que precisa ser percorrido. “A natureza responde às agressões de forma violenta, com enchentes, aquecimento global, escassez de água. Estamos falando sobre isso há décadas”, completa.
Ela aborda o assunto com propriedade. Advogada, especialista em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral, também é professora e escritora, além de ter ocupado o cargo de secretária municipal de Cultura em São Bernardo do Campo entre 2004 e 2006. Para Vera, a gestão ambiental é uma questão de vida. “Caso o ser humano não tenha limites, ele acabará, afinal não existem humanos sem um planeta”, observa.
A ligação entre política e meio ambiente faz parte da história do PV. Vera lembra que o partido sempre foi municipalista, ou seja, defende ações práticas para o cotidiano das cidades, como a coleta seletiva, a arborização, a preservação de rios e cursos d’água, a economia criativa e a gestão eficiente: “As pessoas não moram no Estado ou na União, elas vivem nas cidades. E cobram essa qualidade de vida dos prefeitos e vereadores. O conteúdo programático do PV sempre tocou nesses temas de forma direta e incisiva”, diz.
Mais do que possuir um conteúdo programático voltado ao respeito à natureza, o PV também estimulou, de forma pioneira, o debate sobre o tema entre os outros partidos políticos brasileiros. Tanto que hoje em dia todas as legendas contam com secretarias internas e departamentos voltados ao tema. “Lembro que, há 30 anos, participamos de um debate aqui em São Bernardo do Campo onde afirmamos que era preciso entender e respeitar o ciclo da água, pois, se isso não acontecesse, a água poderia acabar. Três décadas se passaram e enfrentamos uma grave crise hídrica no Estado de São Paulo, que graças a Deus foi superada. Nossa preocupação tinha fundamento”, frisa.
Vera Motta lembra que o PV também foi e continua sendo um partido pioneiro em grantir espaço para as mulheres, estimulando tanto o trabalho dentro da estrutura partidária como as candidaturas próprias. “Vim de uma família com tradição matriarcal e sei que a sensibilidade e a força feminina são fundamentais em qualquer ambiente, desde a família até política. O lugar da mulher é na política e onde mais ela quiser”, comenta.
Finalmente, a advogada entende que as eleições municipais de 2020 estão em segundo plano diante da pandemia do Coronavírus. Vera observa que a sociedade, de uma forma geral, não quer falar sobre política e desenvolveu certa aversão ao tema. Mas ela acredita que somente através da política bem feita será possível encontrar caminhos para uma sociedade mais justa, equilibrada e ambientalmente responsável.
“No PV, a ação política acontece a partir de temas muito mais atraentes e que estão ligados diretamente à vida das pessoas. São valores essenciais à vida humana, como o respeito ao meio ambiente, a gestão pública responsável, o pacifismo, a cidadania feminina, a medicina alternativa e a sustentabilidade, entre outros. Um debate como esses assuntos é mais agradável, pois reflete o que as pessoas vivem em seu cotidiano”, finaliza.
